quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Amor?

   Pula um homem de paraquedas vestindo um samba calsão e uma cueca na cabeça dizendo que o fez em homenagem a um amor. Santa ignorancia, esse povo realmente não sabe o que é amor, eu faço questão de tentar explicar.
   Lembra daquela sua namorada que no momento em que virou sua namorada estava soltando mil rosas a você, gastanto e matando por um sorrizo teu, ok desculpe decepcionar mas isso não é amor. Aquele tipica pessoa que depois de uma semana de namoro ja está dizendo "eu te amo" sem ter a minima noção do que diz, ok começa por aí o fato de que ela está mentindo pra te agradar e se está mentindo provavelmente não te ama, o que um sente pelo outro seria paixão, mas paixão é bom, paixão nos move contra nossos pensamentos e nos torna impulsivos dando assim uma experiencia de vida melhor, paixão e desgostos são a base para que aprendamos o que é amar e o que é se apaixonar.
   Diferente do que muitas pessoas pensam, a paixão não está presente apenas num relacionamento convicto entre dois seres, a paixão está presente em todo seu consciente e sustenta aquele seu fanatismo pelo video-game, por certas palavras, por feitiches e até por amigos (um simples exemplo é o fato pelo qual você está falando direto com algum amigo por um ano e no ano seguinte não suporte nem chegar mais perto dele, percebendo todos os defeitos e ganhando uma certa ojeriza...isso seria paixão também).
   Amor no entanto, diferente a paixão cujo efeito é apenas uma projeção do que você deseja, é algo mais discreto e ao mesmo tempo eternamente aceso, não pulsa, você saberá que ama apenas quando perceber que ficaria feliz se este alguém estivesse feliz nos braços de qualquer um, se este alguém ficasse protegido, se este alguém continue existindo. Isto é amar, sem mais por hora.

ps. "O ser que se apaixona acha que ama, o ser que ama não se importa" - Anton Giese Anacleto

6 comentários:

Erikson disse...

Primo-san!
Gostei do visual adotado, ficou muito bom, mesmo.
E nada sutil a tomada para o segundo tema: Amor! Eis aí uma palavrinha que nos deixa completamente neuróticos. O que quer dizer? Como garantir sua veracidade? É um problema, realmente.
Não entendo, inicialmente, porque diferes o amor da paixão. Seria possível, realmente, garantir que o amor é o que há de verdadeiro, enquanto a paixão é passageira e ilusória? Então, se se deixa de amar é porque não era amor, senão pura paixão? Parece-me que a divisão é mais nebulosa do que se poderia pensar de antemão. Efetivamente, o que possibilita reconhecer, então, o amor "verdadeiro"?
O predicado "eternamente aceso" parece não dar conta - eis que se ele não teve um início (poderia se argumentar que sempre esteve lá, faltava reconhecê-lo), terá, entretanto, um fim - na morte, pelo menos. E mesmo o argumento de que sempre esteve lá - bem, isso só é possível de ser dito depois do acontecido, o que lhe dá um valor apenas retroativo - nesse sentido, poderia se dizer o mesmo de qualquer outra pessoa.
E o predicado "o amante ficaria feliz se o amado estivesse feliz nos braços de qualquer um". Primeiro, o final: aqui temos uma modalidade do amor, o amor platônico, que se contenta com a fantasia do amado sem exigir dele qualquer tipo de concretização. Acho complicado definir o amor a partir daqui, pois ficamos num amor um pouco masturbatório: o amante se contenta com o amado apenas em fantasia, e isso o deixa "feliz" (início do predicado). Vê-se que esse tipo de amor não seria nada mais do que uma forma um pouco retorcida do amor-próprio, narcísico, masturbatório, enfim.
Não ouso aqui tentar definir o que é o amor, enfim, ou se se pode diferenciar o amor da paixão. Jogo um pouco de lenha na fogueira para aquecer o debate! =-)
Abraços, e parabéns pelo escrito!

Anton disse...

primeiramente, obrigado pelo seus comentarios que até agora não ousa me decepcionar, muito ao contrário diria eu. Pois bem, aqui eu ponho em questão separar o amor de paixão o que de certa forma não faz sentido faze-lo ja que em uma relação, seja qual for, eles estão presentes (incluindo seus antonimos), mas intervenho pondo em pratica minha nescessidade humana de classificar cada. Quando criadas as palavras "amor" e "paixão" e como criadas eu não saberia lhe informar (talvez você me possa) mas é disso que trato, criamos ambas estas palavras que hoje, talvez, sejam usadas erronea e falsamente.
Quanto a modalidades de amor que você põe em questão, o que são elas? quando foram criadas e será que naquele tempo o amor não era visto de maneira erronea também? Quando digo que "agora vou explicar" não digo que sei do que estou falando, mas não posso ditar um texto do mais ou menos em que os leitores não critiquem por não se firmar em algo que eles não concordam (e sabes que é dessa politica de criticas que tudo anda).
Mas por conclusão deixo minhas palavras de que o amor é algo e paixão outra, algumas coisa há de diferir entre estas palavras, digam, como vocês classificariam isto?

Wallerius disse...

O que é Amor?
É mesmo uma pergunta impertinente. Com certeza, muitas pessoas interpretam esta palavra de uma forma errônea. A paixão em si é uma forma de expressar afinidade por algo ou alguém, mas é mutável. Cheguei também a outra concepção...de que a paixão e o amor tem extrema ligação. Explicando; a paixão é a primeira fase do amor, onde você estará obtendo conhecimento de uma determinada pessoa e ela à ti. Essa fase pode haver demora, dependendo de como as pessoas criam afinidade. Durante esta etapa, as pessoas se gostam(ou não)...expandindo para relações mais íntimas ou só amigáveis, é aí que muitos se enganam dizendo que ''amam'' determinada pessoa, sendo que é só a paixão. Logo vem o amor, essa fase onde a compreensão, confiança e respeito são mútuos. Porém, como tudo, esse sentimento está sujeito a mudança. Um amor pode acabar com convívio diário extremo por exemplo, ou não menos importante outro motivo que leva a acabar o amor é o ciúmes...digo, o egoísmo. Ambos são a mesma coisa. Temos ciúmes de alguém quando notamos que ela pode ser feliz sem nós(nózes XD). É uma forma de egoísmo, não acham?
Esse sentimento, o amor, é muito complexo, não consigo compreendê-lo claramente. Porém neste comentário expus parte de minha opinião, e estarei aberto à críticas, é claro. Aliás...este é o princípio deste blog.

Anton disse...

interessante, mas sobre o caso de o amor se desvanescer com o tempo, acha mesmo correta esta afirmação, digo, isso não faria apenas uma parte da etapa de uma paixão? Seria o amor a proposta de suportar qualquer elemento para o bem estar do outro? talvez!

Erikson disse...

Não só é complexo, como deu muito pano para a manga. Para uma discussão inicial, se interessar, sugiro o diálogo "O Banquete", de Platão. Nele se discute, justamente, a natureza do amor. Agora, leiam-no para perceber o que diz respeito ao amor para o gregos da época clássica. É algo, ao mesmo tempo, completamente diverso do que dizemos hoje, mas também com alguns elementos de semelhança.
Não creio que a questão seja um erro ou falso uso, pelo contrário: usa-se como bem entende porque, a princípio, são palavras vazias de significado, como qualquer outra. Tentar achar uma "essência" do amor por trás dessa definição é uma tarefa impossível - como dizia Nietzsche, vivemos de interpretações de interpretações. Aquilo que entendemos de amor deriva dos gregos - mas não só. Nossa noção de amor romântico tem uma relação estreita com o cristianismo - a noção de amor incondicional (Ágape) é utilizada para referir ao amor do critão por Cristo. É esse tipo de amor que na Idade Média vai dar lugar ao amor cortês, amor romântico mais perto do que entendemos hoje em dia. É justamente o amor no qual o amante não tem acesso direto à amada (por ela ser casada, outra classe social, enfim), e a ama por aproximações e odes - ama-a pela palavra, bem dizendo. É o amor platônico atualizado para a Idade Média. E eis que a confusão em torno da definição do amor não seria simpesmente por uma complicação do sentimento - eis que o que sentimos é determinado pelas palavras às quais temos acesso, e se elas se apresentam assim, indefinidas, não é à toa que nos esforcemos em defini-las sem muito efeito.
Essa separação entre amor e paixão se encontra aí na cultura, normalmente dizendo respeito à separação entre algo que seria mais "físico" (seja lá o que isso quer dizer) e ou mais "espiritualizado" (também seja lá o que isso queira dizer). Veja que o amor tem essa ascendência cristã: o cristão não ama a carne de Cristo, mas seu espírito - e o amante que ama realmente seria aquele que se contentaria em suspirar pelo espírito imaterial da amada.
Agora, falar do amor é falar de nossa própria dificuldade de falar de nosso desejo e nossa relação com a sexualidade - aqui no sentido lato. Por isso, diz Freud, o amor não é usado de forma errônea - ele é, propriamente, a dimensão do engano. Engano porque esconde a referência ao próprio sujeito que ama, e que o amante quer do amado, justamente, ser amado.

Anton disse...

faz sentido, a principio. E acho que me concentrei muito na questão de amor romantico.